quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A Justiça de Deus e Israel

Romanos 9.1-11.36: A Justiça de Deus e Israel

A fidelidade promove relacionamentos corretos. A justiça de Deus inclui Sua fidelidade. O Antigo Testamento é testemunha do Evangelho. Deus prometeu salvação a Abraão e seus descendentes. Todavia, os israelitas não a aceitaram. Deus, então, não é fiel?
A. O Lamento de Paulo por Israel (9.1-5)
Os israelitas têm muitos privilégios espirituais. Todavia, eles não aceitaram a salvação que foi proporcionada através deles. Paulo tem grande tristeza e desejo por sua salvação.
B. A Soberania de Deus (9.6-29)
Os israelitas ainda não receberam a salvação que Deus prometeu a Abraão e a todos os seus descendentes. Parece que a promessa de Deus falhou. Mas este não é o caso. Nem todos os descendentes de Abraão são os herdeiros da promessa. Seus herdeiros recebem a salvação (11.1-10). Como, então, determinamos quem são seus herdeiros? Deus é soberano. Ele decide que tipo de pessoas são os herdeiros de Abraão. Paulo apela ao Antigo Testamento para demonstrar isto. Esta seção tem sido interpretada equivocadamente para significar que Deus arbitrariamente determina o destino das pessoas, a despeito de suas ações e comportamento (Murray, 2.20, 24). O desenvolvimento do pensamento de Paulo e o contexto das citações e alusões ao Antigo Testamento demonstram o contrário.
A soberania de Deus, enfatizada nesta seção, pode ser entendida de duas formas diferentes. (1) Deus arbitrariamente decide quem são e quem não são os herdeiros de Abraão. Os judeus perdidos não são salvos porque Deus arbitrariamente decide que eles não são os herdeiros de Abraão. Neste caso, eles não são responsáveis, visto que não podem fazer nada quanto a isso. (2) Deus é livre para estabelecer a condição para alguém ter direito à herança, e dessa forma determinar que tipo de pessoas serão os herdeiros de Abraão (Wesley, Notes, 388). Os judeus não são salvos porque não cumprem a condição de Deus. Portanto, eles são responsáveis por sua condição e são culpados.

Se a primeira interpretação fosse verdadeira, as citações de Oseias e Isaías em 9.25-29 seriam fúteis. Por que Deus primeiramente os rejeitaria para mais tarde mudar de ideia e aceitá-los? Toda a seção seguinte a 9.30 indica e 11.20-23 explicitamente afirma que esses judeus não são salvos precisamente pela sua incredulidade, não por uma decisão arbitrária de Deus para deixá-los de fora. Se não permanecerem na sua incredulidade, eles também serão salvos. Isto certamente contradiz a primeira e apoia a segunda interpretação. A afirmação em 10.21 que Deus estendeusuas mãos a um povo rebelde (Israel) tem o mesmo efeito. Por isso a tristeza de Paulo pelos israelitas (9.1-5). Tudo isto leva a esta conclusão: a soberania de Deus consiste em sua liberdade para estabelecer a condição da salvação, não em sua disposição arbitrária de alguns para salvação e outros para a condenação.
No Antigo Testamento, nem todos os descendentes de Isaque são os herdeiros de Abraão. Mesmo antes de Jacó e Esaú terem nascido, Deus já tinha estabelecido a condição de quem teria direito à herança. Deus não esperou até que eles nascessem para então escolher uma condição favorável a Jacó (vv. 10-13). Deus proclamou diante de Moisés, “terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (cf. Êx 33.19). O significado, novamente, é que eu decido o tipo de pessoas a quem eu mostrarei misericórdia (cf. Êx 32.33). Deus mostrou misericórdia a Moisés porque, enquanto os israelitas adoraram ídolos, Moisés não adorou (Êx 32.1-33.23). Deus mostra misericórdia àqueles que são fieis (vv. 14-15) e endurece o coração daqueles que fazem oposição a ele. Em Êx 5.1-12.51 Faraó primeiramente endureceu seu próprio coração. Somente depois é que Deus endureceu o coração de Faraó (vv. 16-18).
O oleiro tem poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra (v. 21). Esta é uma alusão a Jr 18.5-12. O verdadeiro significado é claramente explicado em Jr 18.6-10:
“Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel. No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar, se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria.”
A soberania do oleiro sobre o barro significa que o Senhor é completamente livre para impor as condições sob as quais ele irá abençoar ou punir. Não é sua decisão arbitrária enviar alguns para a salvação e outros para a perdição (vv. 19-21).
Esta verdade é ilustrada nos vv. 22-29. Originalmente os gentios não eram o povo de Deus, mas ele os aceitará como seu pela sua fé. Os israelitas eram o povo de Deus, mas pela sua incredulidade eles serão julgados.
C. A Incredulidade de Israel (9.30-10.21)
Israel perseguiu a lei da justiça, mas não a alcançou (v. 31). É chamada lei da justiça porque ela mostrava aos israelitas como manter o correto relacionamento com Deus que previamente lhes foi concedido. Por que eles não a alcançaram? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei. A frase “como que” indica seu equívoco. Eles observavam a lei a fim de colocar Deus sob obrigação a eles. Insistindo fazer de seu próprio jeito, eles tropeçaram em Cristo.
Em 10.1-21 Paulo explica a afirmação resumida em 9.30-33. O zelo de Israel não foi com entendimentoEles não conheceram a forma de Deus conceder o bom status de um correto relacionamento com ele. Eles buscaram atingi-lo de seu próprio modo e não se sujeitaram ao modo de Deus (10.2-3). Paulo explica isto no v. 4. Cristo é o objetivo, a intenção e o real significado (telos, NVI, fim) da lei. Visto que a lei aponta para Cristo, a justiça está disponível a todos que creem nele.
Em 10.5-13 Paulo explica o v. 4. A lei diz, “O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (10.5; cf. Lv 18.5). Cristo cumpriu a lei e mereceu o status de justiça e vida eterna para si e para aqueles que crerão nele (vv. 6-13). Os vv. 6-13 demonstram que o Evangelho da justiça pela fé está incluída na lei. A citação, “Não digas em teu coração” (v. 6), é de Dt 8.17 e 9.4, que alerta contra a jactância presunçosa em sua própria realização e mérito, e exorta confiança no Senhor. Isto está completamente em harmonia com a justiça pela fé.
O restante da citação em 10.6-8 é de Dt 30.12-14, que afirma que os israelitas não têm que ir ao céu ou atravessar o mar para alcançar a lei. Ela lhes foi dada. Paulo identifica esta lei com a mensagem da justiça pela fé (v. 8). Os vv. 9-10 fornecem o conteúdo desta palavra de fé. Crer e confessar o Senhor Jesus leva à salvação. Os vv. 11 e 13 citam Is 28.16 e Jl 2.32 para confirmar isto.
Para invocar o nome do Senhor (10.13), quatro condições devem ser satisfeitas: (1) Alguém é enviado, (2) alguém prega, (3) eles ouvem e (4) creem (10.14-15a). A primeira condição foi satisfeita. Há aqueles que trazem boas novas (v. 15b). A segunda foi satisfeita. A mensagem foi proclamada através da palavra de Cristo (v. 17). A terceira foi satisfeita (v. 18b). Israel ouviu e entendeu a mensagem (vv. 19b-20). O ponto destas citações do AT é este: se os gentios, que são espiritualmente desprivilegiados, vieram a conhecer, então certamente Israel veio a conhecer a mensagem. A quarta condição não foi satisfeita. Israel não creu (v. 16). Portanto, Israel está claramente sem desculpas! O v. 21 conclui com uma citação de Is 65.2 para pronunciar a rebelião de Israel, e ao mesmo tempo emiti uma nota de esperança.
D. O Remanescente de Israel (11.1-10)
Deus não rejeitou Israel. Paulo, ele mesmo um israelita, é salvo e está comprometido com a obra de Deus. Assim como nos dias de Elias, Deus tem um remanescente fiel a ele. Israel buscou uma posição justa diante de Deus, mas eles não a obtiveram. Somente os eleitos obtêm essa justiça.
Alguns entendem os eleitos como aqueles arbitrariamente escolhidos por Deus para a salvação (Murray, 2.71-72). O restante dos israelitas é rejeitado. Esta interpretação, entretanto, contradiz 9.1-4; 10.21; e 11.20, onde Paulo explicitamente afirma a infidelidade deles como razão para a sua rejeição. O correto entendimento da eleição é este: Deus coletivamente elegeu Israel. Este foi um ato de pura graça da parte de Deus, e não baseado em obras. Entretanto, a maioria se tornou infiel e perdeu as bênçãos de Deus. Aqueles que permaneceram fieis receberam as bênçãos e se tornaram os eleitos. Os corações dos outros foram endurecidos no mesmo sentido que o coração de Faraó foi endurecido (veja comentário sobre 9.18).
E. A Salvação Futura de Israel (11.11-32)
Israel tropeçou, todavia somente temporariamente. Seu tropeço se tornou ocasião para a salvação dos gentios. E isto, por sua vez, tornará Israel invejosa e finalmente irá realizar sua salvação. O remanescente garante isto (vv. 11-16).
oliveira representa o povo de Deus. Pela incredulidade, alguns ramos foram quebrados. Alguns judeus não são salvos. Pela fé, alguns gentios são enxertados na oliveira para receber as bênçãos da salvação. Entretanto, se os judeus não persistirem na sua incredulidade, Deus pode e irá torná-los a enxertar. Se os gentios não permanecerem na fé, Deus irá cortá-los. Deus fará isto, mas não porque ele é caprichoso. Ele estabeleceu a condição da salvação. As diferentes respostas humanas provocam diferentes ações de Deus (vv. 17-24).
Os vv. 25-32 revelam um mistério. Israel é endurecido em parte até que a plenitude dos gentios seja salva. Isto significa que haverá “uma vasta colheita entre os pagãos” (Wesley, Romanos: Notas Explicativas, 85). Depois disso haverá uma vasta coheita entre Israel. O objetivo último de Deus é com todos usar de misericórdia. Permitindo que os seres humanos executem sua liberdade e por meio de seu ato judicial (1.24, 26, 28; 11.7), Deus faz isto acontecer. Todos os seres humanos, judeus e gentios, são aprisionados em sua desobediência. Eles não podem escapar, exceto pela misericórdia de Deus, que os liberta.
F. Doxologia de Encerramento (11.33-36)
Deus usa até mesmo a rebelião humana para atingir seu propósito último de salvação. Que a sabedoria de Deus seja louvada.

sábado, 20 de agosto de 2016

# NÃO FUJA DO PROBLEMA RESOLVA-O #

1. A fuga. Fugir nunca é a melhor saída. É importante que cada pessoa assuma os seus erros e arque com as consequências. Jacó, porém, diante do drástico rompimento familiar, empreendeu uma longa viagem à terra de seus avós maternos. Não sabia que lá, distante dos cuidados de Rebeca, passaria por momentos bastante difíceis. Seu tio Labão foi um péssimo anfitrião. Egoísta e traiçoeiro, ele fez Jacó experimentar dos próprios métodos familiares, com os quais enganara seu pai e seu irmão. Jacó reclamou que Labão o enganara, mudando o seu salário dez vezes, com o objetivo de que ele não tivesse prosperidade nos negócios, mas o Senhor o ajudou e o abençoou (Gn 31.7,41). Todavia, como toda fuga tem seu fim, chegou o dia em que Deus determinou que Jacó voltasse à sua terra.
2. O retorno. Deus tinha mandado que o avô de Jacó, Abraão, saísse da sua terra e da sua parentela, para uma terra que manasse leite e mel, mas o Senhor nunca determinou o retorno do pai da fé à sua terra natal. Por quê? Porque a vida de Abraão, em Ur dos Caldeus, estava bem resolvida familiarmente! Abraão não partiu fugido. Ele saiu de cabeça erguida. Entretanto seu neto, Jacó, ao contrário, tinha deixado marcas de sofrimento na vida do pai e do irmão e, por isso, era preciso retornar para acertar as contas com o passado (Gn 32.3), pois quem assim não procede nunca poderá seguir em frente.
3. O reencontro. Vinte anos já tinham decorrido desde a fuga de Jacó, mas agora ele retorna com tudo que possuía para se reencontrar com a sua família. Esaú era uma sombra no seu passado. Uma marca indelével. Diante disso, Jacó enviou mensageiros para informar a Esaú que ele estava chegando (Gn 32.3-5). O medo da vingança assombrava o fugitivo patriarca e ficou ainda mais forte quando os emissários voltaram, pois disseram que Esaú viria ao seu encontro com quatrocentos homens (Gn 32.6,7). A partir daí, Jacó voltou a tratar diretamente com Aquele que pode fazer todas as coisas e que aparecera a ele no caminho de ida (Gn 28.10-17). Ele fez uma vigília a noite inteira e teve um encontro com Deus (Gn 32.22-31). Ao amanhecer o dia, Esaú despontou no horizonte, com quatrocentos homens. Um grande exército para a época! Mas o Senhor se compadeceu de Jacó e houve reconciliação entre os irmãos.

EGOISMO E FALTA DE PERDÃO EM FAMILIA


1. O filho egoísta. Jesus contou uma parábola que se parece muito com a história de todos nós, não apenas espiritualmente, mas também do ponto de vista familiar. É a parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32). Nela todos os elementos dos conflitos familiares estão presentes. Há o filho egoísta, que pensa apenas em si e está enjoado da vida em família. Ele não precisa de mais ninguém para viver, por isso viaja para longe do aconchego do lar e desperdiça toda sua herança. Quando, por fim, chega ao fundo do poço, em desespero, ele se lembra da casa do seu pai. Essa é a história de muitos filhos que, mesmo sem partirem geograficamente, abandonaram o ideário familiar, buscando construir sua história relativizando os valores morais, com independência emocional e sem compartilhamento de vida. O fim, sempre, será a solidão, pois não há melhor lugar para estar que na companhia daqueles que Deus estabeleceu como família. Ainda há tempo de voltar!
2. O irmão que não perdoa. Na mesma história, Jesus também narra a situação de outro filho que simplesmente não perdoa. Ele está aparentemente envolvido com a família, mas seu coração está muito longe. E o pior: ele que tanto erra, não admite que ninguém erre. Os conflitos passam sempre pela sua insensibilidade. Ele cumpre os rituais familiares, mas é tão ou mais egoísta que aquele que pode ser chamado de a ovelha negra da família (o pródigo). Este filho (mais experiente), que sempre está em conflito consigo e com os outros, também precisa cair em si, reconhecer seu erro e voltar à boa convivência da vida familiar.
3. O Pai que reconcilia. Por fim, a parábola do filho pródigo traz a figura do reconciliador — o Pai. Aquele que tenta, por todos os meios, trazer a união para a família, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (Sl 133.3). O pai, nessa parábola, simboliza Deus, que sempre busca que a família esteja junta, em unidade.
A Bíblia nos conta uma linda história de amor entre Deus e os homens. Nela o Criador está em busca da reconciliação com sua obra-prima — a raça humana (Leia Oseias 11.1-4). Essa linguagem figurada que Deus usa nesse texto retrata bem o seu esforço em ver as famílias unidas, cheias de graça e do Espírito Santo. O Senhor busca as famílias que estão perdidas em seus conflitos intersubjetivos de interesses, que transformaram o campo de treinamento do Reino em um verdadeiro campo de batalha terrenal. Ciúme, brigas, agressões, infidelidades, e uma grande quantidade de males se multiplicam inexplicavelmente. Falta paciência. Falta perdão. Falta amor. Esse não foi o propósito do Criador — o Pai. Ele quer que as famílias vivam felizes, refletindo a glória do Seu Reino.

FAMÍLIAS EM CONFLITO

1. Ingratidão e desprezo. Há pessoas que não podem obter êxito em alguma área da vida, que logo tratam de menosprezar os outros. Tal circunstância aconteceu na família de Abraão, logo após Agar ficar grávida. Está escrito: “[...] e, vendo ela [Agar] que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos” (Gn 16.4). Diante disso, ela foi expulsa da casa. No deserto, Deus falou com Agar, chamando-a de serva de Sarai e mandou que ela se humilhasse diante de sua senhora (Gn 16.7,9). Deus é justo e fiel. Nunca, em tempo algum, o Senhor compactuou com ingratidão e desprezo dentro ou fora da família. Outro caso bem significativo foi o desprezo sofrido por Léia. Jacó, seu esposo, a desprezava e, por isso, Deus curou sua infertilidade, enquanto Raquel, sua irmã e concorrente, permaneceu estéril (Gn 29.31) por muito tempo (Gn 30.22).
2. Soberba e ciúme. O sucesso alheio nem sempre foi bem digerido pelos membros da família. Moisés era um homem bem-sucedido e tinha uma família unida. Sua irmã Miriã salvou sua vida, quando ele era bebê. Seu irmão Arão era o seu porta-voz. Tudo estava tranquilo, até que a soberba e o ciúme entraram no seio familiar. Está escrito: “E falaram Miriã e Arão contra Moisés [...] E disseram: Porventura, falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu” (Nm 12.1,2). Miriã e Arão achavam que mereciam mais: soberba. E que Moisés tinha prestígio demais: ciúme. Não são essas as causas de muitos conflitos familiares? A situação foi resolvida somente quando Deus interveio, chamando os três para uma conversa na tenda da congregação. Os soberbos e ciumentos irmãos foram repreendidos. Infelizmente, muitas famílias são destruídas por permitirem que tais sentimentos prevaleçam. O amor não se ensoberbece (1Co 13.4).
3. O remédio sublime. Em toda a Bíblia encontramos famílias em conflitos e, para todas elas, só houve um remédio: o amor. A prática do mal somente é vencida pela prática do bem. Se for pago mal com mal, o mal sempre prevalecerá. E não haverá vencedores. Se for pago, na família, olho por olho, é possível que, em breve, acabem todos cegos. José teve que amar seus irmãos (Gn 45.1-15) e, inclusive, os beijou (aliás, somente depois que os beijou foi que eles falaram com José); Davi também amou seus ingratos irmãos (1Sm 17.28,29; 22.1), dentre muitos outros. Como se sabe, amar não é um sentimento, mas uma decisão. É preciso decidir amar, ainda que os pais não cumpram seus papéis. Ainda que os irmãos enfrentem rivalidades. Está escrito que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta... e que ele nunca falha (1Co 13.7,8).

EM QUE CONSISTE A FAMÍLIA?

            

     1. A família é o ponto de convergência entre Deus e os homens.   Paulo compara o casamento entre homem e mulher à união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.23-32) e isso ele faz porque a família é o ponto de convergência entre céu e terra. A constituição da família, no Éden, realizou um novo milagre na criação humana. Deus, de um (Adão), fez dois (Adão e Eva) e, com o casamento, de dois o Senhor tornou a fazer um (Gn 2.24 — o casal). Assim, uma vez unidos matrimonialmente, eles voltaram a ser vistos pelo Senhor como “uma só carne”. Deus estava firmando uma aliança com eles e Ele mesmo faria parte daquilo (1Co 7.39). Sua glória estaria presente. A partir da família, Deus trataria com os homens. Afinal, todos os projetos significativos de Deus são plurais. Envolvem a formação de uma equipe. É, pois, através da família que o Senhor ordena a bênção ao mundo.
2. A família é o campo de treinamento de Deus. Observa-se claramente nas Escrituras que a família é o campo de treinamento usado por Deus para preparar o ser humano para as experiências da vida. A família é o microcosmo da vida social (Êx 2.7-9,11,12; Jz 11.1-3,11). Analisando cuidadosamente, vê-se que as experiências vivenciadas no seio familiar são preparações para o viver em sociedade.
Os conflitos familiares de José, por exemplo, foram indispensáveis para fazer dele um “sucesso” na casa de Potifar, na prisão e, por fim, no governo egípcio. A mesma coisa pode ser dita em relação a Isaque, Jacó, Davi, Paulo, eu e você. Que tal agradecer a Deus pela magnífica experiência de viver em família, mais especificamente, de viver na sua família?
3. A família é a única possibilidade de realização total do homem. O rapaz e a moça jamais serão totalmente felizes se não estiverem em família. Deus mandou Jacó voltar para sua terra para poder reparar os erros do seu passado (Gn 31.3); o filho pródigo, também teve que retornar, a fim de curar as feridas familiares (Lc 15.17-19). De outra forma eles nunca seriam felizes, pois não existe felicidade solitária. Como o homem é um ser imperfeito, carente de complemento, ninguém conseguirá ser feliz fechando-se numa redoma de emoções egoístas. Como se sabe, não há peixes no mar morto porque ele apenas recebe água, mas nunca partilha o que tem. Em outras palavras, é preciso morrer para si mesmo, renunciar às paixões da alma, a fim de viver em prol de um projeto plural de Deus chamado família, para que o homem não fique só, parafraseando a ideia de Jesus em relação à semente (Jo 12.24). Da mesma forma que o crente não pode viver fora do corpo de Cristo, não existe realização pessoal total fora da família. Seja na casa dos pais, enquanto solteiro, ou no momento de criar um novo núcleo familiar, quando deverá ter o seu próprio espaço geográfico (casa), o jovem somente alcançará o centro da vontade de Deus se estiver vivendo em família, dentro dos princípios traçados pelo Senhor.

RENOVANDO E ALCANÇANDO VIDAS

                      

     Precisamos começar perguntando mais uma vez: Qual a nossa missão como igreja? A resposta está em reconhecer que somos o corpo de Cristo. Portanto, devíamos estar fazendo o que Ele fez na terra. A evangelização do mundo, portanto, tem de ser a missão, o objetivo norteador da Igreja, pois era a meta central de nosso Senhor — a única razão pela qual o Filho eterno, despojando-se de suas vestes de glória, assumiu nossa forma. Ele veio para ‘buscar e salvar o que se havia perdido’ (Lc 19.10) — ‘não veio para ser servido, mas para servir; e para dar a sua vida em resgate de muitos’ (Mt 20.28).
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Uma senhora, num grupo de turistas que visitava o Mosteiro de Westminster, pinçou exatamente o problema. Voltando-se para o guia, perguntou-lhe: ‘Moço, moço! Pare um pouco essa conversa, e me responda: será que alguém foi salvo aqui por esses dias?’.Um estranho silêncio recaiu sobre o grupo de turistas assustados e, quem sabe, já embaraçados. Salvo no Mosteiro de Westminster? Por que não? Não é essa a função da igreja? Uma igreja que esteja descobrindo o entusiasmo do avivamento saberá disso, e estará em atividade, procurando ganhar os perdidos. O avivamento e a evangelização, embora diferentes quanto à natureza, brotam da mesma fonte e fluem juntos. Uma igreja que não sai para o mundo anunciando as verdades do reino não reconheceria o avivamento, mesmo que este viesse”.    (COLEMAN, R. Como avivar a sua igreja.)

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

PROFANAÇÃO IRREFREADA DA FÉ

Em meados do século 8 a.C., Amos recebeu o chamado de Deus deixando Judá  rumo a Israel para profetizar contra o paganismo e os excessos morais desse povo. Ele avisou a todos a respeito dos desastres iminente que viria pelas mãos dos Assírios, caso Eles não se Arrependessem  ( Observem que Deus não julga ninguém sem conhecimento de causa)  Também não pode passar de largo uma característica  de quem realmente está a serviço de Deus, a pessoa precisa entender que foi chamado para servir a Deus, não para ter status ( Amos não se declara profeta Ele disse para Amazias sacerdote de Betel Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicômoros. (de figos) Mas o Senhor me tirou de seguir o rebanho, e o Senhor me disse: Vai, e profetiza ao meu povo Israel. (Amós 7:14,15)  A Restrição feita por Amos tanto exaltava a Deus como o diferenciava dos profetas paroleiros; Os ditos profetas profissionais que andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; e quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa (ou cal) não temperada; Ezequiel 13:10”  Obviamente,  Amós respeitava a instituição do profeta e se via como alguém que preenchia essas responsabilidades  segundo a vontade de Deus, mas, menosprezava os profetas mercenários que se auto proclamavam   como tal, vendendo seus serviços para quem pagasse mais, profetizando aquilo que seus patronos queriam ouvir.. ( Eu posso afirmar com conhecimento de causa, que na maioria das Igrejas hoje Acontece exatamente isso, os convites para pregadores são feitos mais ou menos atendendo o perfil da Igreja, E não é incomum os “patronos atuais” pedirem para os ditos “profetas” pregarem assim assado, para agradar a elite da Igreja local) Amos pregava veemente contra  a corrupção religiosa e social de Israel, avisando os Israelitas que, se Eles não se arrependessem  e voltassem para Deus , cairiam nas mãos dos Assírios , Ele chamou as mulheres de Samaria de vacas de BASÂ que [...]  oprime os pobres e esmagam os necessitados ( Amos :4:1), acusando - as de exigir  que os maridos as cobrissem de luxo e, portanto, forçando - os a explorar os Pobres...
Voces [..] Odeiam na porta ao que os repreende, e abominam ao que fala sinceramente.Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho. Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta.Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem, e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. Odiai o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo. Amós 5:10-15
Eles viviam como estamos vivendo na atualidade, o povo não quer ouvir a verdade, buscam um “Evangelho folgado” andam como trens descarrilados não ouviram a vós de Deus; Foram exilados, pois cultuavam a Deus de forma errada desagradando-o DISSE O SENHOR [...]  Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro.
E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.
Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.Amós 5:21-23 [...]
Portanto vos levarei cativos, para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é o Deus dos Exércitos. Amós 5:27
Depois do cativeiro Assírio de Israel, a maioria da população foi deportada para a mesopotâmia; Os Israelitas ficaram lá e, por fim, foram inseridos na cultura mesopotâmica. Na época em que os cativos babilônicos foram libertados pelos persas, permitindo que retornassem para casa, não havia vestígios dos cativos de Israel. As dez tribos do norte haviam desaparecido completamente (passando assim a ser conhecidas como as dez tribos perdida das de Israel)
No capitulo 5:21-23 de Amós,  Deus rejeita a pratica de fé de Israel, reprovando a forma que a mesma era conduzida naqueles dias, As instituições não eram erradas em si; o erro estava nos adoradores e nas atitudes   para com o culto; O povo não tinha base para comparecer diante de Deus, porque a conduta deles refletia desobediência às leis de DEUS; Deus considera a sinceridade do Adorador e não o numero de seus  atos religiosos, O propósito das festas não era mais exclusividade em adorar a Deus, mas um desfile de modas , Isaias já havia profetizado isso em (Isaias:1:11-15) Observamos  as festividades atuais com “profetadas visando o ego humano”, desfiles de modas entre grupos, coreografias com participantes em pecado, competição para ver quem canta melhor.....NADA PARA DEUS, Exatamente como fizeram e foram para o cativeiro, infelizmente por conta disso, estamos presos no automático e não conseguimos mais ser sal da terra e luz para o mundo....

Por  - Antonio Carlos Pimenta

sexta-feira, 24 de junho de 2016

COMO PREGAR MENSAGENS BIBLICAS.



INTRODUÇÃO

Há alguns anos, o número de rapazes e moças que subiam ao púlpito para pregar era maior que o de hoje. Na sua simplicidade, falavam do amor de Deus, da Salvação e davam testemunho sob a unção do Espirito Santo. Hoje, parece que a figura do "preletor oficial" inibiu muitos de falarem com ousadia a Palavra de Deus. Parece que há um receio de falar diante de um público que, certamente, é mais intelectualizado que há alguns anos. Jovens pregadores ficam embaraçados e cometem certos deslizes, que poderiam ser evitados. Neste modesto trabalho, vamos dar apenas algumas sugestões, e não um estudo sobre a Homilética (Arte de Falar em Publico).

I -O QUE PREGAR?

É a comunicação verbal da Palavra de Deus aos ouvintes. É a transmissão do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo às pessoas que precisam ouvi-lo.

II- QUAL A FINALIDADE DA PREGAÇÃO?

É persuadir as pessoas a aceitarem a mensagem da Palavra de Deus para sua salvação (descrentes) ou para seu crescimento espiritual (crentes). Diante disso, o pregador precisa saber para quem esta falando: Para crentes ou para descrentes?

III- QUE DEVE CONTER A PREGAÇÃO?

Três coisas são básicas:

1. OBJETIVIDADE.

Refere-se ao alvo a atingir. Se pregamos para descrentes, desejamos que eles entendam que precisam crer em Jesus para ser salvos. Devemos orar muito, antes de pregar, para que o Espirito Santo convença as pessoas do seu pecado. Se isso acontecer, a pregação alcança seu alvo. O centro da pregação deve ser Cristo e não o pregador, como acontece em certas cruzadas ou movimentos evangelísticos. Há pregadores que se perdem no púlpito. Começam a falar do amor de Deus, e passam a divagar sobre o Apocalipse, vão até Gênesis, aos profetas e, ao final, não sabem como sair do emaranhado de palavras. É preciso ter objetividade.

2. TRANSMISSÃO.

O pregador deve procurar transmitir a mensagem de Deus às pessoas. Paulo disse: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei..." O mensageiro deve receber a mensagem de Deus e transmiti-la aos homens. Não deve ficar inventando mensagens, terias, filosofias para mostrar conhecimentos.

3. CONVICÇÃO.

O pregador deve transmitir aquilo de que tem convicção, para que a mensagem seja aceita. Tem que viver aquilo que prega.

IV - A BASE DA PREGAÇÃO (ou do sermão)

1. A PALAVRA DE DEUS 

A base da pregação deve ser a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Podemos dizer, em outras palavras que a base da pregação deve ser o TEXTO BÍBLICO . Ilustrações podem ser aproveitadas, desde que Que se relacionem com o tema da mensagem , mas não podem tomar o lugar da Palavra de Deus. Ouvimos um pregador que, não tendo êxito em "abalar" os ouvintes, apelou para uma história fantasiosa e tomou 80% do tempo destinado à mensagem.

2. QUE TEXTO ESCOLHER?

O Pr. Elienai Cabral sugere (em resumo) 8 (oito) características para um bom tema a ser escolhido )p. 50-51).

1) De preferência textos que expressem um pensamento completo;

2) Textos claros. Devem-se evitar textos obscuros como Jd 6; Mt 27.52; 1 Pe 3.19-20 (exigem estudo mais profundo).

3) Textos objetivos: que atendam às necessidades espirituais das pessoas (Com oração e unção).

4) Textos sobre os quais não haja dificuldade para a interpretação (hermenêutica).

5) Textos dentro dos limites de capacidade do pregador.

6) Textos que expressem o tema da pregação para não fugir ao objetivo.

7) Texto que desperte interesse (Com oração, o Espírito mostra o que deve ser pregado).

8) Textos cuja seqüência seja de fácil acompanhamento pelo pregador e pelo auditório.

V - A ESTRUTURA DA PREGAÇÃO ( Do sermão)

Toda pregação com esboço ou não, deve ser dividida, basicamente, em duas partes:

1. INTRODUÇÃO.

É a parte inicial da mensagem, pela qual o pregador entra em contato com o auditório. Visa despertar o interesse pela pregação; "prepara a mente dos ouvintes , para que possam compreender o assunto do sermão e as idéias a serem desenvolvidas..." (Key, p. 31). Uma boa introdução deve ser BREVE, SIMPLES, INTERESSANTE E APROPRIADA. (Cabral, p. 66) Conhecemos um grande pregador que gasta 30 ou 40 minutos na introdução. Isso cansa, principalmente os descrentes. A introdução não deve ir além de 10 ou 15% do tempo da mensagem. (Normalmente, o pregador sabe de quanto tempo dispõe, exceto em casos especiais).

2. CORPO (ou desenvolvimento) DA MENSAGEM (Do sermão).

É a parte mais importante da mensagem. Ela deve conter a seqüência das idéias a serem apresentadas. No corpo do sermão ou da mensagem , podemos ter:

1) Ordem ou divisões (1º , 2º, 3º , etc.);

2) Transição de um pensamento para outro. As divisões devem ser de acordo com os objetivos mensagem; devem-se evitar " excesso de floreios", "rodeios", ou "conversa fiada". O povo percebe.

3.CONCLUSÃO. É o auge da pregação. O seu clímax. Nela, o pregador faz a aplicação do que pregou no corpo do sermão. Nesse momento, o pregador e o auditório, pelo poder do Espirito Santo, devem chegar à conclusão de que a mensagem atingiu seu objetivo. Sem uma boa conclusão, o que foi dito pode perder o brilho. Uma conclusão pode ser feita através de:

1) Recapitulação.
 O pregador deve rever o que pregou, em resumo ou tópicos, evidenciando pensamentos-chave , pontos fortes da mensagem (Cabral, p. 70).

2) Narração. O pregador pode valer-se de um fato, uma rápida ilustração para comover o auditório, levando o descrente a uma decisão, na unção do Espírito Santo.

3) Persuasão . É a parte mais difícil da conclusão. Depende muito mais do Espírito Santo do que do pregador. Por isso, toda mensagem deve ter a unção do Espírito Santo. Para tanto, o pregador precisa orar muito, e até jejuar, diante de Deus, para que a mensagem atinja seu alvo.

4) Convite. Toda pregação deve terminar com um convite ou apelo, seja para pecadores, seja para a igreja. Um convite na unção do Espírito tem maravilhoso efeito no coração das pessoas. De acordo com Braga (p. 211-212), a conclusão deve ser breve e simples, e com palavras adequadas. Um certo jovem pregou numa igreja. Ao fazer o apelo, não vendo ninguém atender, passou a contar que alguém ganhou um grande prêmio porque deu uma grande oferta para a Obra. Desviou totalmente o alvo da mensagem.

VI - TIPOS DE SERMÕES

1. SERMÃO TEMÁTICO (Ou Tópico).

É aquele "cujas divisões principais derivam do tema, independentemente do (Braga, p.17).

Exemplo: Tema: "Causas para a Oração não Respondida":

1) Pedir mal. (Tg 4.3);
2) Pecado não confessado (S1 66.18);
3) Duvidar da palavra de Deus (Tg 1.6-7);
4) Vãs repetições (Mt 6.7);
5) Desobediência à Palavra (Pv 18.9);
6)Mal relacionamento conjugal (1 Pe 3.7);

2. SERMÃO TEXTUAL 

É aquele em que as divisões principais do derivadas de um TEXTO constituído de UMA BREVE PORÇÃO DA BÍBLIA ( Braga, p. 30).

Exemplo: Titulo: "O Único Caminho Para Deus" (Jo 14.6).

1) Através de Jesus, o único caminho.
2) Através de Jesus, a verdade.
3)Através de Jesus, a vida.

3. SERMÃO EXPOSITIVO

É aquele em que as divisões baseiam-se numa porção mais extensa (texto) da Bíblia, não abrangendo "um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro" (Cabral, p. 78). Nele , é mostrada (exposta) uma verdade contida num texto bíblico. Exige tempo, estudo e conhecimento bíblico.

Exemplo: Titulo: "O Cordeiro de Deus" (Ex 12. 1-13)

1)Foi um cordeiro divinamente determinado (vv. 12.1-3)
2) Foi um cordeiro perfeito (12.5);
3) Foi um cordeiro morto (12.6);
4) Foi um cordeiro redentor (12.7; 12-13);
5) Foi um cordeiro sustentador (12.8-11).

VII- QUALIDADES DO BOM PREGADOR

1. Personalidade

É o que caracteriza uma pessoa e a torna diferente de outra. "É tudo quanto o indivíduo é". Na pregação, o pregador demonstra que tem personalidade, quando se expressa, falando ou gesticulando, de acordo com aquilo que ele é e não imitando outras pessoas. De vez em quando, percebe-se pregadores , imitando evangelistas famosos, dando gritos, pulando e correndo no púlpito, torcendo o pescoço, ajeitando a gravata, falando rouco ou estridente. Isso é falta de personalidade. É querer ser ator, imitador e não um instrumento nas mãos do Espírito Santo.

2. Espiritualidade. Nessa característica, podemos observar os seguintes aspectos:

1) Piedade. 

É o sentimento de devoção e amor pelos outros e pelas coisas de Deus. O pregador deve sentir pelo Espírito as necessidades do auditório, principalmente dos pecadores. (1 Tm 4.8; Hb 12.28).

2) Devoção

É o sentimento religioso, de dedicação às práticas ensinadas na Palavra de Deus. Na devoção, o pregador busca inspirar-se na ORAÇÃO, na LEITURA DA BÍBLIA, e no LOUVAR A DEUS. Temos visto verdadeiros profissionais da pregação, técnicos, que sabem pregar, mas não sabem orar; sabem gritar, mas não sabem amar as almas. Pregam por interesse, por torpe ganância. Que os jovens pregadores (e os antigos) não entrem por esse caminho. Conta-se que Moody, o grande evangelista, orava uma hora para pregar cinco minutos. Enquanto isso, temos pregadores que oram cinco minutos para pregarem uma hora!

3) Sinceridade

Reflete a verdade contida na própria alma. O pregador deve pregar aquilo que vive e viver aquilo que prega (Tg 2.12). Um jovem, dirigente de Mocidade, pregava bem. O povo se alegrava. Mas, um dia, uma jovem descrente procurou a direção da igreja para dizer que estava grávida dele e, o pior, o jovem não assumiu a paternidade. Por fim, confessou o pecado, foi excluído, e contribuiu para uma alma descrer do evangelho.

4) Humildade

"Nenhum pregador pode subir ao púlpito sem antes ter descido, pela oração, os degraus da humildade. Na oração, o egoísmo se quebranta. O medo se desfaz, e a certeza da vitória aparece clara como a luz do sol ao meio-dia" (Cabral, p. 43). (Ler Pv 15.33). Um jovem vivia criticando quem ia pregar, dizendo que, se fosse ele, pregaria muito melhor. Um dia, o pastor deu oportunidade ao moço para pregar. Ele subiu ao púlpito, orgulhoso, sorridente. Tentou achar um texto na Bíblia, de um lado para outro, e nada. Suou, pediu desculpa, e desceu cabisbaixo. Sentou noutro lugar, junto a um irmão experiente, que, percebendo sua tristeza, disse: "Moço, se você tivesse subido como desceu (humilde), teria descido como subiu (alegre)". E uma grande lição para todo pregador.

5) Poder

O pregador (jovem ou não) precisa do Poder de Deus. S. Paulo disse que não pregava sabedoria humana, mas com poder (1 Co 1.4-5). É preciso ter unção e graça para pregar. Do contrário, ocupa-se o púlpito e o tempo para dizer coisas inoportunas. E melhor um sermão fora da Homilética, mas na unção de Deus, do que dentro da técnica, e sem poder. Isso só se consegue com oração, jejum, leitura bíblica, e vida consagrada. Não se obtém num curso de Homilética.

BIBLIOGRAFIA

BRAGA, James. como preparar mensagens bíblicas. S. Paulo, Ed Vida, 1993.
CABRAL, Elienai. O pregador eficaz. Rio, CPAD, 1983.
KEY, Jerry Stanley. José da SiIva, um pregador leigo. Rio, JUERP, 1978. (Natal, 7 de abril de 1995)
Pr. Elinaldo Renovato de Lima

sábado, 28 de maio de 2016

# A ILHA DE PATMOS

Um equívoco comum e popular em comentários sobre a Ilha de Patmos onde o profeta João, esteve exilado, é que esta ilha seria deserta e abandonada. Isto deve-se especialmente a viajantes do século 19, que a descreveram como "uma estéril, rochosa, desolação, olhando lugar" (Newton 1865: 223) ou como "uma ilha selvagem e estéril" (Geil 1896: 70). Infelizmente, estas percepções do século 19 não são precisas na descrição da ilha nos tempos de João.

Esta pequena ilha (Ap 1:9), vulcânica fica no mar Egeu, 60 km da cidade turca de Mileto. Aqui o apóstolo João foi exilado e recebeu as visões registadas no Livro do Apocalipse (às vezes chamado O Apocalipse de São João). Este ponto de vista da ilha é da vila de Chora ao nordeste. No centro está o porto antigo e moderno, onde a cidade moderna de Skela está localizada. A acrópole antiga, conhecida como Kastelli, é para a esquerda.

O porto de Skela com a antiga acrópole (Kastelli) de Patmos para a direita. Situada na rota marítima entre Roma e Éfeso, o porto de Patmos era uma parada regular e importante ao longo da linha de comunicação e comércio entre estas duas cidades. Tradição da Igreja sugere que João estava exilado aqui da cidade de Éfeso, onde ele tinha vindo a servir como ancião.
Cinco cursos de pedra da antiga muralha em torno da acrópole de Patmos. A partir desse centro administrativo, os funcionários romanos tinham uma vista sobre o porto e as rotas marítimas.
Restos de porta a nordeste da acrópole. João provavelmente não viveu nesta área, que foi reservada para as autoridades militares e governamentais. Aparentemente livre para se mover sobre a ilha, João provavelmente residia numa das aldeias mais remotas. Gordon Franz
Kalikatsou Rock é o provável local de um templo de Afrodite. Nota ilhas vizinhas do Mar Egeu na distância. João faz referência a estas ilhas (Ap 6:14, 16:20). Embora chamado "a ilha mais sagrada" de Ártemis (Diana dos Efésios, Actos 19:28), a ilha abrigou três templos para Artemis, seu irmão Apollo, e Afrodite. Afrodite era a deusa do amor e da beleza.
O Mosteiro de São João acima da moderna cidade de Chora. Uma caverna abaixo do mosteiro é o local tradicional das visões de João.
O Psili praia Ammos, único na ilha por sua areia fina, sem pedras. é muito provável que João esteve quando ele viu a visão do Apocalipse 13: "Eu estava na areia do mar" (Ap 13:1, KJV).
Vera, sacerdotisa de Artemis de Patmos, é o tema desta pedra esculpida inscrição encontrada na ilha de Patmos. Datada do século 2 ou 3, que fornece informações valiosas sobre o culto de Ártemis (Diana) na ilha de Patmos. A oferta de sacrifícios à sacerdotisa sugere um templo na ilha, e que Vera é a sacerdotisa décima, sugere uma longa história de culto.

domingo, 24 de abril de 2016

SER CRISTÃO NÃO É SER MASOQUISTA


Romanos 5.1-11.

1 — Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;

2 — pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.

3 — E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência;

4 — e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.

5 — E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.

6 — Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.

7 — Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.

8 — Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

9 — Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.

10 — Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.

11 — E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.







O SOFRIMENTO
1. Gloriar-se nas tribulações (v.3a).
O quadro glorioso registrado nos versículos 1 e 2 não significa uma vida totalmente isenta de tribulações. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34)

Essas tribulações não são apenas dores, enfermidades, depressões, tristezas nem aflições; são também as pressões deste mundo hostil que crucificou o nosso Senhor Jesus Cristo (At 14.22). Jesus disse que no mundo teríamos aflição, mas que ficássemos seguros, pois Ele venceu o mundo (Jo 16.33).

2. Ser cristão não significa ser masoquista. Paulo não afirma nem dá a entender que ser cristão seja sentir prazer no sofrimento. Veja o que ele diz: “mas também nos gloriamos”. A Palavra é realista, mostrando que encontramos espinhos na jornada da vida cristã, e que, mesmo assim, o crente é feliz e glorifica a Deus. Isso em virtude da glória que em nós será revelada (Rm 8.18), e que traz resultados positivos para a vida cristã, pois tudo concorre para o bem dos que amam a Deus (Rm 8.28). Temos júbilos nas bênçãos e também nas tribulações.

3. “A tribulação produz a paciência” (v.3b). Aqui “paciência”, no grego, é hypomene, que vem de duas palavras gregashypo, “sob” e o verbo meno, “permanecer”.

O referido vocábulo significa: “paciência, perseverança, firmeza, fortaleza”. É a virtude de alguém sofrer com resignação. Se não existisse sofrimento não existiria paciência. Estejamos certos de que o bem proveniente da paciência é maior que os males das tribulações.

4. A paciência produz a experiência (v.4a). A paciência nas perseguições torna o cristão aprovado e vitorioso (2Ts 1.4,5). Isso serve para o nosso amadurecimento e para uma maior aproximação com Deus.

5. A experiência produz a esperança (vv.4b,5). O caráter cristão é produzido em meio aos sofrimentos. É nessas circunstâncias que o Espírito Santo mais trabalha a nossa vida, gerando em nós a confiança de que Deus nos levará à glória do porvir. A esperança está entre as principais virtudes da fé cristã, ao lado do amor e da fé (1Co 13.13).