terça-feira, 17 de agosto de 2021

Quem foi Lilith: deusa, demônio, ou a primeira mulher de Adão?

mitologia

 A história de Lilith surgiu na Babilônia e foi importada para a tradição judaica. O folclore judaico trata Lilith como uma espécie de demônio feminino. A primeira menção sobre quem foi Lilith surgiu entre os sumérios a 3000 a.C, com um registro conhecido como "o poema Lilitu". 
Na Babilônia, Lilith era uma deusa e provavelmente os judeus a incluíram na sua cultura durante o período em que ficaram exilados. Nos textos babilônicos, Lilith era "a prostituta do templo de Isthar", um demônio feminino que causava a queda dos homens através da sedução. Como deusa, Lilith estava associada a lua, ao adultério, a morte (aborto) e a doenças sexualmente transmissíveis. 
costume babilônico

Podemos constatar no Antigo Testamento a influência da cultura babilônica entre o povo de Israel e suas consequências, apesar disto, não há nenhum registro sobre a existência de Lilith na Bíblia. Lilith passou a fazer parte do folclore judaico de forma tardia, na Idade Média. Na verdade, Lilith passou a ganhar fama nos dias atuais devido à produção de livros de ficção, desenhos e filmes, tornando a sua história ainda mais confusa. A história de Lilith O primeiro registro a falar sobre a vida Lilith foi o "Alfabeto de Ben-Sira", uma sátira judaica que contém cenas de incesto e até flatulência. O texto humorístico do período medieval conta que Lilith teria sido a primeira mulher do mundo, a primeira mulher de Adão. Deus teria feito Lilith antes de Eva, do pó da terra, assim como Adão. No primeiro ato sexual, Lilith se recusou a ficar por baixo de Adão, exigindo ser tratada da mesma forma que ele. Ambos passam a discutir, Lilith diz o nome de Deus em vão e foge voando do jardim do Éden. Adão orou a Deus, que enviou três anjos para resgatá-la, mas Lilith se recusou retornar ao Éden. Castigada a ter cem abortos por dia, Lilith se torna uma espécie de demônio do mar Vermelho. Devido à solidão de Adão, Deus cria Eva. Esta agrada Adão causando ciúmes em Lilith, que se transforma em serpente e faz Eva a comer do fruto proibido. Não é possível afirmar que a história de Lilith seja verdade, por se tratar de uma ficção medieval com influências da comédia grega. 

mitologia

Existem também outros textos que dizem que Lilith se tornou esposa de Lúcifer ou Samael. A história de Lilith, é por vezes, utilizada como um símbolo feminista no combate ao machismo. Apesar do direito das mulheres ser uma causa justa, isto não torna a história de Lilith verdadeira. Lilith, Adão e a Bíblia Lilith não foi a primeira mulher de Adão. Algumas pessoas alegam que o versículo de Gênesis 1:27 que diz que "Deus criou o homem e a mulher" surge antes da citação de Eva em Gênesis 2. Dando margem a interpretação que existiria uma mulher antes de Eva. Outro ponto para este argumento seria a reação de Adão ao dizer "esta sim", como se houvesse outra mulher, veja o versículo: Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada". Gênesis 2:23 No caso, trata-se de um erro de interpretação de texto, veja como está organizado o início do livro de Gênesis: o primeiro capítulo fala quando o homem e a mulher foram criados em meio a tudo. Já o capítulo 2, detalha como Adão e a mulher foram criados. Não existe "o homem e Adão", nem "a mulher e Eva", existe o homem e a mulher que se chamavam Adão e Eva. Vale destacar que a "mulher" só passa a se chamar Eva no capítulo 3, o que deixa ainda mais claro que só existe uma mulher. Quando Adão diz "esta sim" está reagindo ao fato de Eva ser como ele - mesma espécie - em forma e aparência. Outra tentativa de inserir Lilith em Gênesis, vem de uma crença islâmica que Lilith seria a serpente que enganou Eva. Contudo, a própria Bíblia afirma em Apocalipse 12:9 que a serpente é o Diabo: "Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo." A única passagem que recorre à expressão "lilith" encontra-se em Isaías 34:14 na versão hebraica. No entanto, Isaías 34 foi escrito antes do exílio dos judeus na Babilônia, logo não havia influência da figura de Lilith e não se tratava de um nome próprio. 
Veja o versículo: "Criaturas do deserto se encontrarão com hienas, e bodes selvagens balirão uns para os outros; ali também descansarão as criaturas noturnas e acharão para si locais de descanso." Isaías 34:14 No texto original, o termo "criaturas noturnas" em hebraico remete a expressão "lilith" - com letra minúscula - que significa "noturna" ou "noite". 
Hienas Noturnas

Trata-se de um texto simbólico, o profeta cita a figura de animais selvagens - hienas, bodes e corujas - não de deuses e demônios. Esta confusão é similar ao caso de Lúcifer - também escrito em Isaías - que a tradução original significa "estrela da manhã" e a Bíblia não faz nenhuma menção a sua existência. Da mesma forma, não podemos tratar Lilith como um demônio feminino, se de fato, a Bíblia não fala nada sobre a sua existência. Afirmar que Lilith é um demônio é afirmar que Lilith existe. Desmistificando Lilith através da Bíblia Na Bíblia, Deus criou o homem e a mulher semelhantes um ao outro, para cooperarem entre si, não para competirem.

Veja algumas referências bíblicas que desmistificam a existência de Lilith: 

  • A Bíblia não cita Lilith em Gênesis, tampouco a existência de uma mulher anterior a Eva.
  • Em Gênesis 1:27 fala quando o homem e a mulher foram criados. Já em Gênesis 2 descreve como Adão e a "mulher" foram criados. 
  • A Bíblia afirma que serpente que enganou "mulher" foi o Diabo, não Lilith - Apocalipse 12:9 
  • A "mulher" não tinha nome. Adão a chamou de Eva depois que comeu o fruto proibido - Gênesis 3:20
  • Isaías 34 cita a figura de animais selvagens, não de demônios ou pessoas.
  • A tradução "criaturas noturnas" não é nome o próprio "Lilith", assim como "estrela da manhã" não é o nome próprio "Lúcifer". 

sábado, 2 de janeiro de 2021

PORQUE JESUS AMALDIÇOOU A FIGUEIRA?

 


Uma das mais intrigantes passagens na Bíblia é o relato de Jesus e a figueira improdutiva. Segundo Marcos 11:12-14, 20-24, quando Jesus avistou uma certa figueira que tinha folhas mas não frutos, ele a amaldiçoou e, em resultado, a árvore secou-se. Contudo, conforme Marcos disse claramente, não era época para figos. Por que, então, Jesus amaldiçoou essa figueira? E por que Marcos, sob inspiração, registrou esse incidente? Embora alguns comentaristas tenham encontrado dificuldade para explicar esse relato, os fatos não apenas justificam as ações de Jesus, mas revelam também que Jesus ensinava uma dupla lição de fé!


Por exemplo, embora os figos em geral não amadureçam antes de junho [hem. set.], em geral os frutinhos verdes começam a aparecer nos galhos das figueiras já em fevereiro. De fato, isso acontece dois meses antes de aparecerem as folhas nos galhos, em fins de abril ou início de maio. Assim, por volta da época em que a figueira tem folhas, ela deve com certeza ter figos. Isso ajuda-nos a entender que, quando Jesus viu essa figueira específica em fins de março, embora não fosse a época para que as figueiras tivessem figos maduros, também não era a época para que as figueiras tivessem folhas.

O fato de que esta árvore tinha folhas, mostra que estava madura fora de época. Certamente, não seria desarrazoado, da parte de Jesus, esperar que uma árvore assim estivesse também adiantada, fora de estação, na produção de seus frutos. Essa árvore, porém, era improdutiva. Sem dúvida, como Marcos declarou, a árvore não tinha “nada senão folhas”, isto é, nenhum fruto. Certamente, as folhas davam à árvore uma aparência enganosa.

Mas, por que amaldiçoou Jesus essa figueira improdutiva? As palavras de Jesus, na ocasião, conforme registradas em Marcos 11:22-25, fornecem uma pista para a resposta. Conforme Jesus explicou, foi uma lição para que ‘tivessem fé em Deus’. Que tinha o secar dessa figueira a ver com a fé? Em primeiro lugar, foi a fé de Jesus que fez com que a maldição se cumprisse. Evidentemente, Jesus usava essa ocasião para fornecer uma lição objetiva sobre o poder da fé. Conforme Jesus declarou: “Todas as coisas pelas quais vais e que pedis, tende fé que praticamente já as recebestes, e as tereis.” — Marcos 11:24.

Mas, parece haver também outra conexão entre o secar dessa figueira e a qualidade da fé. Apenas três meses antes desse incidente, Jesus contou uma parábola a respeito duma figueira infrutífera que devia ser cortada. (Lucas 13:6-9) E que foi ilustrado pela figueira dessa parábola? Essa figueira infrutífera era símbolo da antiga nação judaica. — Veja Mateus 21:43.

Assim, é razoável crer-se que a figueira infrutífera que Jesus amaldiçoou também era um símbolo da antiga nação judaica, infrutífera. Embora essa nação estivesse numa relação pactuada com Deus, a aparência era enganosa, pois a nação revelou-se infrutífera em matéria de bons frutos, chegando mesmo a rejeitar o próprio Filho de Deus. E qual era a razão dessa infrutuosidade? A falta de fé, a mesma qualidade que Jesus acentuava, usando aquela ocasião. (Romanos 9:31, 32) Por fazer com que a figueira secasse, Jesus demonstrava vividamente qual seria o resultado final para aquela nação infrutífera, sem fé.

Portanto, não apenas os fatos pertinentes à horticultura justificam a ação de Jesus de amaldiçoar a figueira, mas o contexto mostra que através dela Jesus ensinava uma dupla lição de fé. Enquanto a falta de fé pode tornar-nos infrutíferos e só resultará em sermos rejeitados por Deus, termos uma fé ativa nos habilitará a ‘mover montanhas’, visto que Deus responderá, com certeza, as nossas orações. — Mateus 17:20.
FONTE >>Biblioteca Bíblica